Felicidade?

Há algum tempo eu imaginei que a felicidade estava em aceitar o que não era possível e contentar com o que tinha diante da minhas limitações.

Ri bastante porque por alguns instantes acreditei que isso era realmente verdade.

Mas não é!

Estive ao lado de alguém que me fazia muito bem, que me deixava alegre, que era carinhosa, preocupava-se com o meu bem estar, queria ser o centro de todas as minhas atenções.

Insuficiente? Sim! Faltava o amor.

Como sempre fui crédulo que um dia encontraria a minha alma gêmea, cheguei a pensar que ela seria a mulher que sempre procurei.

O tempo(pouco tempo) encarregou-se de dizer-me que eu estava ignorando todo sentimento imanente à minha alma, nascido e cristalizado há pelo menos ¼ de século.

De repente acordei para isso e me vi diante de um problema:

Continuar insistindo num namoro que não iria satisfazer-me completamente no futuro ou voltar à estaca zero e retomar a busca da alma gêmea.

Decidi pela retomada.

Terminei o namoro e voltei ao mundo dos sonhos, na busca do horizonte perdido, das ilusões repletas de desejos e tantos outros querês que só eu sei quais.

Voltei à fila de espera na qual a vida me colocou.

Passei a esperar, às vezes pacientemente, outras impacientemente, angustiado, chateado.

Olho minha vida do alto das minhas imaginações e vejo tudo tão próximo e ao mesmo tempo tão distante, dadas as circunstâncias que afasta-me do meu objetivo.

Por anos tenho esperado a hora certa de acender a tocha da minha nova vida.

Há anos eu vejo o cálice dos sonhos entornando-se para a realidade, todavia não vejo os meus sonhos derramarem dele.

Isto quer dizer que o que mais tenho feito é esperar, esperar, esperar.

Questiono:

- Será que valerá à pena tanta espera?

- Será que eu não sou capaz de fazer o meu mundo ao meu modo?

- Eu preciso depender de alguém para conseguir o que quero?

Eu sei que as pessoas necessitam umas das outras para completarem-se.

É isto!

Completarem-se, porque duas pessoas individualmente fazem parte de um todo, e quando estão juntas podem ser um todo indissolúvel.

É essa parte, a da indissolubilidade, que busco nessa minha jornada pela vida.

Quero um alguém que sorria sempre comigo, mesmo diante das tristezas.

Quero um alguém que chore comigo, quando for intensa a alegria.

Quero um alguém que tenha ambição, que não pare, que invente, que sinta, que viva cada instante acreditando que quanto mais faz, melhor será o próximo ato no teatro da vida.

Alguém que queira cada vez mais, sem deixar de olhar pro amor, a força propulsora de todo o seu desejar, do seu querer, da sua fé.

Quero alguém que saiba amar sem pedir, que peça sem cobrar, que faça carinho uma atitude isenta de obrigações, que faça do beijo uma necessidade da alma, do toque a energia que mantém firme o pulsar do teu coração.

Quero porque sei o quanto isso é possível.

Porque tudo que quero não tem valor pecuniário agregado, direta ou indiretamente; porque depende só do meu querer e do seu aceitar.

Eu quero poder uivar como um lobo, dizendo aos quatro ventos o quanto amo.

Quero ser a razão, a realidade, a certeza para o nascimento de novos amores.

Quero ser a vida que muitos não acreditam, todavia é perfeitamente possível.

Max B.