Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro. Clarice Lispector
Escrevo como se estivesse dormindo e sonhando: as frases desconexas como no sonho. É difícil, estando acordado, sonhar livremente nos meus remotos mistérios.Clarice Lispector

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Lua Azul...


Estive pesquisando, recentemente, sobre o termo “lua azul”. Encontrei que se refere comumente à segunda Lua Cheia que ocorre num mesmo mês. A frequência de acontecimento, é de 1 vez a cada 2 anos ou 3 anos. As últimas luas azuis ocorreram em 31 de maio de 2007 e 31 de dezembro de 2009. A próxima lua azul deverá ocorrer em Agosto de 2012. Dizem ser um momento para trabalhar o eu interior, a religiosidade, a intuição e potencializar os poderes psíquicos.
A nota é somente elucidativa, mas talvez venha ao encontro do que desejo abordar. Não pretendo falar numa visão da psicologia, afinal não tenho conhecimento para tanto. Porém, estabeleço um diálogo como mulher que vivenciou várias situações em vários âmbitos (pessoal, profissional). Às vezes nos acomodamos diante da vida (entre a vida que vivenciamos e a que almejamos vivenciar). Eis que começamos a vislumbrar um “Salvador da Pátria”, aquele que vem para nos tirar do castelo que vivemos enclausuradas. No caso, vivemos (e nos sentimos) como a personagem Rapunzel do conto de fadas. O salvador da Pátria faz às vezes do príncipe encantado, que na maioria das vezes de “encantado” não tem nada (está mais para sapo). Criei o termo “Salvador da Pátria” alguns anos atrás, vivia um momento infeliz e ficava a esperar pelo tal Salvador, que me tiraria de todo o “sofrimento” emocional (aquele que seria como um divisor de águas na minha vida)
Certamente me enganei por muito tempo. Nesse processo, me perdi tantas vezes, me busquei em pessoas e em lugares. Me envolvi, me invadi, mas somente assim foi possível desvendar meu sentir. E perceber que meu porto seguro habitava em mim.
O “salvamento” parte de nós, habita nosso eu interior. Quando focamos em nossas metas, nossos objetivos, enfim, nosso querer, nos sentimos mais vivas. Obstáculos existem, porém quando temos paz interior para transpô-los tudo ser torna mais fácil.
Sempre digo, esquecer dói, mas para recomeçar esquecer é preciso. Faz parte do processo de sonhar/conquistar novos sonhos. Cabe reforçar algo que já escrevi em outro momento. Ao parafrasear Mário Quintana citei: “Cuidem de seus jardins. As borboletas virão naturalmente”. Enfim, que segue focando em si, cuidando da saúde física, mental e espiritual. Quando menos esperam encontram “não quem ela estava procurando, mas quem estava procurando por ela” (Mário Quintana).

Até

Roseli A.

domingo, 3 de abril de 2011

Sobre insegurança e ansiedade...


Comecei escrevendo sobre insegurança e o texto ganhou uma dimensão maior do que esperava....
Quero iniciar o texto fazendo um questionamento: Será que alguém é seguro de si 100%? Talvez algumas pessoas venham discordar, mas penso que não... Todo ser humano tem algum tipo de insegurança. Quem diz que não tem certamente está mentindo.
Todos os dias buscamos transpor obstáculos em vários segmentos da nossa vida. Insegurança faz parte dela e driblá-la se torna um obstáculo quando nos impede de dar continuidade a algo que estamos fazendo ou planejando fazer.
Nos momentos que temos que usar os verbos decidir, mudar e amar, a insegurança tem seu lugar garantindo. Nesse contexto, temos que lançar mão de outro verbete: “refletir”. Por meio da reflexão, ou seja, da tríade reflexão/ ação/reflexão podemos direcionar nossas decisões. Porém, quando cito reflexão falo de algo que vai além do ato de refletir, já que se trata de uma atividade inerente ao nosso cotidiano.
No entanto, falo de uma reflexão transformadora, que venha nos auxiliar e direcionar nossas decisões ou mesmo (re)formulá-las.
Um estado afetivo atrelado a insegurança é a ansiedade. De acordo com Irineu Deliberalli, o ser humano é ansioso quando há algo em seu coração que ele quer ou teme e duvida que este algo venha a acontecer ou, ainda, tem medo que venha a acontecer.
Assim, é possível constatar que a ansiedade está sempre presente como algo do futuro. Ou seja, o ansioso não vive o presente. No entanto, o presente é a única coisa que temos para viver, já que o nosso futuro por mais que seja bem planejado é algo incerto. Isto é temos que ter noção do finito...
Quando fugimos de nossa realidade buscamos uma realidade exterior: O OUTRO. Nesse sentido, vivemos em função do OUTRO, seu mundo e sua vida... Mas o OUTRO não é o vilão da História, nós somos o próprio vilão.
Segundo Irineu Deliberalli, ansiedade e insegurança só aparecem em nossas vidas quando elegemos o OUTRO como a coisa mais importante de nossas vidas. O OUTRO é apenas o OUTRO.
Ah! Você anda vivendo para agradar o OUTRO?!... STOP! Sem essa de se entregar 100%... Afinal, devemos concentrar esforços em nossa vida, nós somos o foco. Sempre cito que o OUTRO é consequencia....Ou não!?



Até